Nosso carrinho velho...
Amanhecer nos Andes Bolivianos
Mais um dia madrugando, acordamos as 4, pra sair as 4:30, café da manhã só na fonteira.
Hoje salvei uma vida! A sul-africana veio me perguntar se eu achava muito ruim ela encher a garrafa dela com água da torneira, pois o galão deles tinha acabado. ?!? Pô, se a gente nem animou de tomar banho naquele banheiro. Falei, eu tenho bastante, divido com você.
Saímos num breu total, estrada bem ruim. Teve uma hora que a gente ficou atrás de um caminhão, que fazia tanta poeira, que era impossível ultrapassar. E pra piorar eu continuava com dor de cabeça e enjoada, toca a mastigar folha de coca de novo. Acho que a gente subiu muito rápido dessa vez, e mesmo acostumado o corpo sentiu. Teve uma hora na viagem, entre um cochilo e outro que acordei com uma dor forte no pé direito, uma sensação de congelamento. Mas pensei, se fosse pra congelar (estava muito frio no carro) seriam os dois. Quando fui ver, a água do meu galão tinha derramado em cima da bota, que felizmente é impermeável, e congelado em cima do pé, não era a toa o que eu estava sentindo. Chegamos na fronteira por volta de 9:30 e não tinha ninguém pra me pegar ainda. Os carros da Bolívia não ultrapassam a fronteira para o Chile, então tem um carro chileno que leva até a fronteira e depois pega. Estava vazio ainda, então os trâmites fronteiriços foram bem rápidos. Chegado o carro pra me buscar, fomos tomar café, daquele jeitinho, um frio danado, em pé.
Rumo a San Pedro tivemos que fazer todo o procedimento de entrada no Chile de novo, inclusive a inspeção do Serviço de agricultura e pecuária. Estava cheio e levamos horas nesse processo. Eu crente que ia dar pra fazer alguma coisa de tarde, que nada, só queria cama, e um bom banho é claro. Dessa vez o transfer me deixou no hostel, e não na agência. Beleza!. De volta ao hostel, recuperei minha mala (que tinha ficado lá guardada) e troquei de quarto.
Mais tarde fui dar uma volta, comprar umas lembrancinhas e devolver o saco de dormir alugado. Procurei uma lavanderia e deixei a roupa pra pegar mais tarde, 6 lucas (6000 pesos) por 3 kg de roupa, lavei o mais necessário.
Rodei umas três vezes até parar no mesmo restaurante que já tinha jantado, lareira, calorzinho. Enrolei, enrolei e acabei pedindo o mesmo churrasco a los pobres (carne, batata frita, cebola e ovo estrelado), e 2 cocas, acho que eu tava era desidratada. Do meu lado dois franceses caindo dentro dos pisco sour, ai que vontade. Melhor não, amanhã o passeio passa as 4 horas pra me pegar no hotel, já sei que não consigo dormir com medo de perder a hora.