quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dia 10 - Rumo a Ilha de Páscoa

Peguei um taxi cedinho pro aeroporto, um motorista falante que só, deu 12000 pesos.
No aeroporto o check in tem que ser feito na máquina, depois a bagagem é despachada.
Eu enrolei e enrolei antes, decidindo as datas e acabei comprando a passagem só quando cheguei em Santiago, a caminho de Calama. Por sorte saiu ainda um pouco mais barata do que se tivesse comprado pela internet antes, mas ainda assim caaara (cerca de 800 dólares).
Check in feito, e poltrona na janela,  fui esperar direto na área de embarque. O aeroporto de Santiago é bem grande e com muitas opções de lanchonetes. Pela primeira vez na vida comi um Donut´s, o que a gente não faz pra ter acesso a internet. Aproveitei e fiz um Skype pro meu pai.

O avião é padrão internacional, daqueles com tv individual (bem melhor do que eu fui pros EUA), e o serviço de bordo muito bom. Refeição daquelas ainda com talher de metal, rs. Afinal de contas é considerado um vôo doméstico...
A janela nem fez tanta diferença, são quase 6 horas sobrevoando o oceano Pacífico, só se vê água.
Respondendo a algumas perguntas. Dá pra ir de barco? Dá, leva 7 dias a viagem. A Marinha tem um barco que vai acho que 3 vezes por ano, leva carros, tratores e carga em geral. Com um bom "peixe" dentro da Marinha, dá pra conseguir uma carona.
O piloto sobrevoou a Ilha, foi lá longe e depois voltou pra pousar de acordo com o vento. Que friozinho na barriga! Mas o aeroporto de Mataveri é considerado como uma boa pista, bem diferente da Ilha Robinson Crusoé, que eu também gostaria de visitar.
O aeroporto é bem simples, mas bonito, chegando lá fui devidamente lambida pela polícia local.




No saguão do aeroporto, Alvaro, o dono da pousada me aguardava com um colar de flores de boas vindas.
Iorana!


Demos uma volta de carro e ele já me mostrou algumas coisas, contou algumas histórias, o avô dele foi governador da Ilha por um bom tempo...
Já aprendi onde fica a padaria, mercado, banco e tudo mais. E, é claro, vi meus primeiros Moais.
Fomos pra pousada, é muito legal, o quarto é amplo, claro e eu tenho minha própria cozinha, rs.
Pousada Inaki Uhi (http://www.inakiuhi.com/Inaki_Uhi/Home___Casa.html), fica bem na rua principal, uma dica que peguei no site do Couch Surf (http://www.couchsurfing.org). 25000 a diária do quarto single.
A pousada é totalmente familiar, as suítes ficam dispostas na parte da frente do terreno e a família mora atrás, Alvaro numa casa e os pais dele em outra. Na página da pousada tinha uma parte falando sobre a família, achei um barato, dá uma sensação de estar indo pra casa de amigos. A avó dele é a mulher mais velha da Ilha, com 100 anos, uma senhorinha que dá vontade de colocar no colo.




Passei no mercado pra comprar comida e acabei comprando um Cup Noodles japonês que achei uma gracinha, só não tenho idéia do que é.


Almocei no restaurante em frente a pousada, um peixe (torema) com um tipo de batata doce (camote) muito saborosos. O engraçado ficou com um grupo de japoneses que estava em outra mesa, se levantaram e vieram até a minha ver meu prato, rs. A comida aqui é consideravelmente mais cara que no Atacama, a bebida fica elas por elas. O restaurante é o Kaimana, também na rua principal, Atamu Tekena.
Barriga cheia, fui caminhar, andei por umas 2 horas e já tirei um monte de fotos. Atravessei a vila, palei pela Caleta de pescadores (porto) e cheguei ao Tahai, uma área que abriga alguns Moais junto a vila.











Corre pra tomar banho que de noite tem encontro do Couch Surfing no bar Marau.

Nossa mesa era uma verdadeira Babel, um casal das Ilhas Faroe (que eu sinceramente nunca tinha ouvido falar, mas ficam perto da Noruega), eu, 2 franceses e o Roberto e a Lily, que são chilenos mas vivem na Ilha. O Roberto tinha me dado várias dicas antes de eu ir e marcou este encontro. Foi ótimo!


Um pouco de informação...

A ilha de Páscoa é uma ilha da Polinésia oriental, localizada no sul do Oceano Pacífico (27º 10' latitude Sul e 109º 25' longitude Oeste). Está situada a 3700 km de distância da costa oeste do Chile e sua população em 2002 era de 3791 habitantes, 3304 dos quais viviam na capital Hanga Roa.
Em rapanui, o idioma local, é denominada Rapa Nui ("ilha grande"), Te pito o te henúa ("umbigo do mundo") e Mata ki te rangi ("olhos fixados no céu").

Páscoa é uma ilha vulcânica, seu território tem a forma triangular e é o pedaço de terra mais isolado do mundo. Sua origem consiste em três vulcões que emergiram do mar um junto ao outro, em tempos diferentes, nos últimos milhões de anos, e têm estado adormecidos ao longo da história de ocupação da ilha. O mais antigo deles é o Poike, que entrou em erupção há cerca de 600 mil anos, formando o canto sul do triângulo. A subseqüente erupção deu origem ao Rano Kau, o segundo a emergir, formando o canto sudoeste da ilha. Por último, a erupção do Terevaka, localizado no canto norte do triângulo.
A ilha ocupa uma área de 170 km² e sua elevação é de 510 metros. A sua topografia é suave, sem vales profundos, exceto suas crateras e encostas íngremes e cones de escória vulcânica.
A geografia de Páscoa sempre representou grandes desafios para seus colonizadores, como até hoje ainda o é. Seu clima, embora quente para os padrões europeus e norte-americanos, é frio para os padrões da maioria das ilhas da Polinésia. Tanto que plantas importantes, como o coco (introduzido em Páscoa somente em tempos modernos), não se desenvolvem bem na ilha, e a fruta-pão (também recentemente introduzida), sendo Páscoa um lugar ventoso, cai do pé antes do tempo. Além disso, o oceano ao redor é demasiado frio e não permite a formação de recifes de coral, tornando a ilha deficiente tanto para peixes e moluscos associados aos atóis de coral, como para peixes em geral (de todas as espécies de peixe existentes, Páscoa possui apenas 127).
Todos esses fatores resultam em menos fontes de alimento. Além do que, a chuva – cuja precipitação média anual é de 1300 mm, aparentemente abundante, infiltra-se rapidamente no solo vulcânico e poroso da ilha. Há, portanto, limitação de água potável.

Os Moais

Os Moais são estátuas esculpidas a partir das pedras do vulcão Rano Raraku, dispostas em diversos santuários. O maior deles, Paro, tem 22 metros e está inacabado.

O Rongorongo

O rongorongo é o sistema de escrita dos povos da Ilha que, apesar de diversas tentativas, ainda não foi completamente decifrado. A maioria dos especialistas em Páscoa conclui que a invenção do rongorongo foi inspirada pelo primeiro contato dos insulares com a escrita (desembarque espanhol de 1770), ou pelo trauma da escravidão quando, por volta de 1805 - ano mais sombrio da história de Páscoa - duas dúzias de navios peruanos sequestraram a metade da população (1500 pascoenses) e os venderam em um leilão para trabalho escravo nas minas peruanas de guano. A maioria dos sequestrados morreu em cativeiro. Os 15 sobreviventes, devido a pressões internacionais, foram repatriados e trouxeram varíola para os que moravam na ilha causando grande morte entre os moradores.