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Nossa líder nos despertou hoje (leia-se ser acordado pelo autofalante do quarto com um "buenos dias queridos Antárticos", as 7 da manhã) com a notícia de que já estávamos em águas antárticas. Ontem pela madrugada o M/V Ushuaia havia cruzado a Convergência Antártica, e hoje nos encontrávamos por volta dos 61ºS de latitude.
Mas, apesar disso tudo, ainda estamos na Passagem de Drake, que mesmo muito tranquila, significa estar dentro de uma batedeira.
A manhã estava cinzenta e logo após o café da manhã tivemos uma palestra com Quacker sobre a Expedição Belga comandada por Adrien de Gerlache entre 1897-1899.
Após a palestra, as pessoas aproveitaram para relaxar no salão principal e conversar.
Durante a tarde, avistamos o primeiro iceberg. Havia um concurso a bordo sobre o horário do primeiro iceberg e eu errei longe...
Avistamos também algumas baleias ainda distantes.
No fim da tarde tivemos a primeira impressão do continente gelado, ao longe as Ilhas Shetland do Sul. Essa talvez tenha sido a maior emoção que já tive em viagem, aquele momento em que o sangue gela e uma lágrima escorre...
As ilhas envolvidas em uma névoa e com o sol batendo pareciam cena de cinema, uma miragem que ia se desvendando conforme nos aproximávamos.
Posteriormente, a equipe da expedição nos explicou as normas da Associação Internacional de Operadores de Turismo Antártico (IAATO), assim como as normas de procedimentos e segurança para o uso dos botes Zodiac. Aprendemos vários detalhes, como o que vestir nos desembarques, como esterelizar as botas nos embarques e desembarques e como nos comportarmos quando em terra, além do que fazer em caso de ataque de focas.
A janta nos esperava pronta, e em seguida o documentário Atrapados en el fin del Mundo, la Epopeya Antártica olvidada, sobre a expedição sueca de Otto Nordensjköld, na qual participou Alférez Sobral, primeiro argentino a pasar o inverno na Antártica.