sexta-feira, 3 de abril de 2015

Nosso itinerário


25 de Março: Ushuaia, Argentina.
26 de Março: Pasagem de Drake.
27 de Março: Pasagem de Drake. Convergência Antártica.
28 de Março: Canal Lemaire. Islas Argentinas. Base Ucraniana Verdnasky, casa “Wordie”
29 de Março: Estrecho de Gerlache. Bahía Dorian. Desembarco continental bahía Paraíso.
30 de Março: Canal Errera, isla Cuverville.
31 de Março: Isla Decepción, bahía Balleneros. Islas Shetland del Sur, isla Media Luna.
01 de Abril: Pasagem de Drake.
02 de Abril: Pasagem de Drake.
03 de Abril: Ushuaia, Tierra del Fuego, Argentina.
Distância total navegada: 1554 milhas náuticas.










Curiosidades: O MV Ushuaia é um navio com 88 metros de comprimento por 16 metros, comporta 88 passageiros em 46 cabines. Foi construído em 1970 como um navio de pesquisa americano, e posteriormente reformado para o turismo. A equipe a borbo consiste em 38 pessoas.

Um fator foi determinante pra que eu escolhesse este navio, o número de pessoas. Na Antártida é permitido o desembarque de apenas 100 pessoas por vez, então se você está em um barco grande é feito rodízio de pessoas no desembarque, e era isso que eu não queria.

Viagens à Antartida são realizadas de outubro a março, o verão austral. Dependendo da época animais diferentes, e em diferentes estágios são avistados.

A minha foi a última viagem da temporada 2014/2015 e de fato  tivemos que alterar um pouco o itinerário, em virtude do gelo que vai se formando, o que acarreta perda de segurança no desembarque e também o risco de passarmos com o bote e não conseguirmos voltar. Desta forma o capitão optou por desembarcar em outro lugar... mas nada que diminuísse a beleza da viagem.

sábado, 28 de março de 2015

Pé no chão!


Canal Lemaire;
Islas Argentinas;
Base Vernadsky e casa Wordie - 65º 14.8’S, 064º 15.4’ W

AM Temp: 0°C
Vento:19 nós O (aquele momento que você entende a diferença entre temperatura e sensação térmica)
PM Temp: 0ºC
Vento: 2 nós O


Bem cedinho já navegávamos  no canal Lemaire, e do convés superior estavam todos maravilhados com a paisagem de montanhas e glaciares oferecido por este lugar intocado. Imponente, repleto de gelo e icebergs, cercado por suas altas montanhas, um espetáculo único. Depois disso fomos tomar café e nos arrumarmos para o desembarque, hora de vestir as roupas, botas, colete salva-vidas...












































Nosso primeiro destino foi a Ilha Petermann, com sua paisagem imponente. A equipe de marinheiros colocou os botes Zodiac na água e a equipe da expedição foi à terra, verificar as condições do desembarque. O local do desembarque se encontrava em uma pequena enseada, que lamentavelmente estava ocupada por pedaços de gelo, onde a entrada já  começava-se a fechar. Isto representava um risco para a manobra dos botes, que corriam o risco de ficar presos entre os gelos e inclusive danificar o motor.
Deste modo a decisão foi por manter a salvo as pessoas e os equipamentos, e buscar outro lugar para o desembarque. Expedições sempre estão sujeitas a surpresas, mas segurança acima de tudo.














Fizemos meia volta e nos dirigimos às Islas Argentinas, onde se encontram a Wordie house e a base científica ucraniana “Vernadsky”.

O nosso navio levava uma série de suprimentos para os habitantes da base, e nossa chegada deixou a todos por lá felizes. O capitão Jorge Aldegheri posicionou o navio em frente a base, e desta forma, após os trâmites legais, pudemos desembarcar.
Enquanto um grupo visitava a base, o meu foi primeiro à casa Wordie, local onde funcionou a antiga base britânica Faraday, cedida à Ucrânia pela simbólica quantia de 1 libra esterlina, com o objetivo de ser mantida como sítio histórico.
Visitar a base Vernardsky pra mim foi um momento "wow" da viagem, a idéia de estar dentro de algo tão intocável, foi fantástico, além de termos sido super bem recebidos por todos lá. Nesta base tiveram início alguns dos primeiros estudos sobre a destruição da camada de ozônio, além de outros de monitoramento do clima na terra, e ocorrem até os dias de hoje.

O curioso é que Vernardsky é uma estação "pobre". A verba é baixíssima, então as  instalações são antigas, não tem aeroporto, não possui navio próprio (após nossa viagem o M/V Ushuaia volta com cientistas ucranianos e faz a troca, levando os que estão finalizando sua temporada antártica. E o pior, é a única base sem internet própria, quase tudo lá é feito no sistema de cooperação com outras bases e com cientistas estrangeiros. Assim como no Brasil, muitos na Ucrânia criticam os gastos para se manter uma base na Antártida.

Pudemos visitar o edifício central, onde funcionam instalações como academia, hospital, cozinha,  laboratórios, tudo com uma maravilhosa calefação. Funciona também uma estação filatélica, onde foi possível enviar postais, uma lojinha e um bar, "o bar mais ao sul do mundo aberto ao público", onde foi possível degustar uma vodka feita por eles com gelo do glaciar, simplesmente deliciosa. Licorosa, desceu tão quentinha...
Equipe da base Vernardsky aguardando nosso desembarque
Animais de estimação da base
Vista da baía, tirada da base
Momento "uau" 
Eu
Ponto de ônibus
Dmitry, nosso físico guia
Capela
Longe demais...de tudo
Projeto Ozone, de monitoramento da camada
Antes de mim, Bill Gates
Loja de souvenir mais ao sul do mundo
Pinguins do amor...
Bar
Pagamento alternativo pra comprar vodka no bar























































































Na Wordie House vimos como viviam os antigos britânicos na base, com suas "facilidades", bem interessante. também nos aproximamos das primeiras focas e pinguins em terra.






































































































De volta ao navio, devidamente "aquecidos" pudemos observar mais animais ao redor.















Visitando a farmácia do navio, estes eram só pra enjôo