Canal Lemaire;
Islas Argentinas;
Base Vernadsky e casa Wordie - 65º 14.8’S, 064º 15.4’ W
AM Temp: 0°C
Vento:19 nós O (aquele momento que você entende a diferença entre temperatura e sensação térmica)
PM Temp: 0ºC
Vento: 2 nós O
Bem cedinho já navegávamos no canal Lemaire, e do convés superior estavam todos maravilhados com a paisagem de montanhas e glaciares oferecido por este lugar intocado. Imponente, repleto de gelo e icebergs, cercado por suas altas montanhas, um espetáculo único. Depois disso fomos tomar café e nos arrumarmos para o desembarque, hora de vestir as roupas, botas, colete salva-vidas...
Nosso primeiro destino foi a Ilha Petermann, com sua paisagem imponente. A equipe de marinheiros colocou os botes Zodiac na água e a equipe da expedição foi à terra, verificar as condições do desembarque. O local do desembarque se encontrava em uma pequena enseada, que lamentavelmente estava ocupada por pedaços de gelo, onde a entrada já começava-se a fechar. Isto representava um risco para a manobra dos botes, que corriam o risco de ficar presos entre os gelos e inclusive danificar o motor.
Deste modo a decisão foi por manter a salvo as pessoas e os equipamentos, e buscar outro lugar para o desembarque. Expedições sempre estão sujeitas a surpresas, mas segurança acima de tudo.
Fizemos meia volta e nos dirigimos às Islas Argentinas, onde se encontram a
Wordie house e a base científica ucraniana “
Vernadsky”.
O nosso navio levava uma série de suprimentos para os habitantes da base, e nossa chegada deixou a todos por lá felizes. O capitão Jorge Aldegheri posicionou o navio em frente a base, e desta forma, após os trâmites legais, pudemos desembarcar.
Enquanto um grupo visitava a base, o meu foi primeiro à casa Wordie, local onde funcionou a antiga base britânica Faraday, cedida à Ucrânia pela simbólica quantia de 1 libra esterlina, com o objetivo de ser mantida como sítio histórico.
Visitar a base Vernardsky pra mim foi um momento "wow" da viagem, a idéia de estar dentro de algo tão intocável, foi fantástico, além de termos sido super bem recebidos por todos lá. Nesta base tiveram início alguns dos primeiros estudos sobre a destruição da camada de ozônio, além de outros de monitoramento do clima na terra, e ocorrem até os dias de hoje.
O curioso é que Vernardsky é uma estação "pobre". A verba é baixíssima, então as instalações são antigas, não tem aeroporto, não possui navio próprio (após nossa viagem o M/V Ushuaia volta com cientistas ucranianos e faz a troca, levando os que estão finalizando sua temporada antártica. E o pior, é a única base sem internet própria, quase tudo lá é feito no sistema de cooperação com outras bases e com cientistas estrangeiros. Assim como no Brasil, muitos na Ucrânia criticam os gastos para se manter uma base na Antártida.
Pudemos visitar o edifício central, onde funcionam instalações como academia, hospital, cozinha, laboratórios, tudo com uma maravilhosa calefação. Funciona também uma estação filatélica, onde foi possível enviar postais, uma lojinha e um bar, "o bar mais ao sul do mundo aberto ao público", onde foi possível degustar uma vodka feita por eles com gelo do glaciar, simplesmente deliciosa. Licorosa, desceu tão quentinha...
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Equipe da base Vernardsky aguardando nosso desembarque |
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Animais de estimação da base |
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Vista da baía, tirada da base |
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Momento "uau" |
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Eu |
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Ponto de ônibus |
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Dmitry, nosso físico guia |
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Capela |
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Longe demais...de tudo |
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Projeto Ozone, de monitoramento da camada |
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Antes de mim, Bill Gates |
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Loja de souvenir mais ao sul do mundo |
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Pinguins do amor... |
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Bar |
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Pagamento alternativo pra comprar vodka no bar |
Na Wordie House vimos como viviam os antigos britânicos na base, com suas "facilidades", bem interessante. também nos aproximamos das primeiras focas e pinguins em terra.
De volta ao navio, devidamente "aquecidos" pudemos observar mais animais ao redor.
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Visitando a farmácia do navio, estes eram só pra enjôo |